As férias das crianças já estão aí e, junto com elas, como é típico nesta época do ano, as altas temperaturas chegaram! Com isso, as crianças têm destinos certos para se refrescar: praia, piscina, rios, lagoas, lagos, cachoeiras. Mas, são nesses lugares onde mora um perigo que afeta milhões de crianças não só em nosso país, como no mundo todo: os afogamentos.

Em recente trabalho de revisão, intitulado “Drowning” (Afogamento), publicado na revista americana The New England Journal of Medicine, o brasileiro David Szpilman, chefe do CTI do Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro, e diretor-médico e fundador da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), divulgou números alarmantes e pouco conhecidos sobre essa tragédia brasileira e mundial.

Por ano, cerca de 500 mil pessoas morrem afogadas em todo o mundo e mais de dez milhões de crianças entre um e 14 anos de idade são internadas vítimas de afogamento anualmente. O afogamento é a segunda causa de morte acidental de crianças entre cinco e 14 anos de idade em países desenvolvidos e nos países subdesenvolvidos é a quarta entre todas as causas. No Brasil, sete mil pessoas morrem todos os anos e o afogamento é a segunda causa geral de morte na faixa de um a nove anos, terceira causa de dez a 19 anos e quarta na faixa de 20 a 25.

“O que queremos alertar de mais importante com esse artigo é que todo caso de afogamento sinaliza a falha na prevenção, a intervenção mais importante de todas. Estima-se que 85% dos afogamentos no mundo poderiam ser evitados por meio da supervisão”, completa Szpilman.

Conheça algumas medidas de prevenção em praias e piscinas

Praias

• Nade sempre perto a um posto de guarda-vidas.
• Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para o banho.
• Não superestime sua capacidade de nadar – 46% dos afogados acham que sabem nadar.
• Tenha sempre atenção com as crianças.
• Nade longe de pedras, estacas ou píers.
• Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados, antes do banho de mar.
• Crianças perdidas: leve-as ao posto de guarda-vidas.
• Mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas, local de maior correnteza, que aparenta uma falsa calmaria, e que leva para o alto mar. Por isso, caso entre em uma vala, tenha calma, nade transversalmente a ela até conseguir escapar ou peça imediatamente socorro.
• Nunca tente salvar alguém se não tiver condições para fazê-lo. Muitas pessoas morrem dessa forma.
• Ao pescar em pedras, observe antes se a onda pode alcançá-lo.
• Antes de mergulhar no mar – certifique-se da profundidade.
• Afaste-se de animais marinhos como água-viva e caravelas.
• Tome conhecimento e obedeça as sinalizações de perigo na praia.

Piscinas

• Mais de 65% das mortes por afogamento ocorrem em água doce, mesmo em áreas quentes da costa.
• Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto. 89% dos afogamentos ocorrem por falta de supervisão, principalmente na hora do almoço ou logo após.
• Leve sempre sua criança com você, caso necessite afastar-se da piscina.
• Isole a piscina da sua casa, com grades com altura de 1,50 m e 12 cm nas verticais. Elas reduzem o afogamento em 50 a 70%.
• Boia de braço não é sinal de segurança – cuidado!
• Evite brinquedos próximos à piscina, isso atrai as crianças.
• Desligue o filtro da piscina em caso de uso.
• Não pratique hiperventilação para aumentar o fôlego sem uma supervisão confiável.
• Cuidado ao mergulhar em local raso (coloque um aviso).
• Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar os primeiros socorros – cuidado!

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