Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o sobrepeso atinge mais de 30% das crianças entre cinco e nove anos de idade. Os números também apontam vários problemas decorrentes do sobrepeso, antes encontrados apenas na fase adulta, como hipertensão, complicações cardíacas, diabetes, colesterol, entre outros. E, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre a culpa é da genética – filhos de pais obesos têm 10% de chances de tornarem também obesos. O grande vilão é a “transferência cultural”, isto é, os filhos de pais que não fazem atividades físicas e se alimentam mal, tendem a assumir os mesmos hábitos.
Diante disso, o que a ausência de exercício pode trazer para as crianças? De acordo com o personal trainer e fisiologista da Test Trainer, Givanildo Matias, a falta de atividades físicas pode acarretar uma série de problemas às crianças, como diminuição do acervo motor, conflitos na socialização, aumento de peso, desvios posturais, entre outros.
Além disso, na primeira fase da vida, as crianças estão mais propensas a realizar, assimilar e armazenar, em seu sistema nervoso central, novos gestos e movimentos motores, que na fase adulta contribuirão muito para a realização das atividades físicas ou esportivas. No que se refere aos conflitos na socialização, de forma geral, a prática esportiva pode unir as pessoas, estreitar laços de amizades e facilitar a participação em grupos diferentes.
Crianças que não praticam nenhuma atividade física também têm ou terão um impacto negativo no peso corporal, que ocorre pelo acúmulo maior de calorias. Por último, a prática de exercícios pode evitar anormalidades posturais, além da baixa flexibilidade e pouca força muscular.
E quais os exercícios mais indicados para as crianças? Na visão do fisiologista, em geral, o público infantil não tem muita paciência para atividades cíclicas ou repetitivas, que podem ser chatas e desmotivantes. “A melhor opção é desenvolver atividades que sejam desafiantes, lúdicas e que possam contribuir para a melhoria nas principais capacidades físicas”, aconselha.
As atividades físicas mais complexas e competitivas e que demandam aprendizagem, casos da natação, do futebol, do balé, do handebol, do basquetebol, da ginástica olímpica, dos exercícios funcionais e das gincanas e brincadeiras são muito bem aceitas nesse grupo, relata o especialista, que também oferece outras dicas sobre exercícios na infância:
– Alongamentos devem ser feitos de uma forma diferente porque as crianças não têm paciência. Uma das melhores alternativas é o alongamento dinâmico, onde é possível desenvolver a flexibilidade sem precisar ficar parado, tendo que manter um determinado movimento por alguns segundos, diz.
O especialista indica, ainda, a prática de atividades com aptidão cardiorrespiratória, que trazem benefícios para o coração e também uma grande contribuição para a diminuição do peso. Uma boa opção é andar de bicicleta, patins ou skate e praticar natação.
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