É comum ouvir pais falando do quanto a educação infantil é cara, ainda mais para a criança ficar lá “só brincando”. Também tem sido cada vez mais comum ver crianças pequenas com agendas lotadas de atividades como aulas de línguas, esportes além do berçário, creche ou escolinha. Mas ao contrário do que muitos podem pensar, o brincar é a principal forma de aprendizado e desenvolvimento das crianças, especialmente as pequenas.

Conversamos com as psicólogas Letícia Carvalho de Queiroz e Mariana Palladino, sócias responsáveis pela Turma da Almofada, Espaço de Psicologia e Desenvolvimento Infantil, para entendermos melhor a importância do brincar no desenvolvimento infantil.

A educação infantil se dá pelo brincar

Piaget, biólogo e psicólogo reconhecido como um dos grandes estudiosos do desenvolvimento infantil, afirma em sua teoria que a inteligência se constrói através da atividade motriz da criança, ou seja, pelo movimento. Letícia e Mariana explicam que é a interação da criança com o meio e as experiências às quais é submetida que levam ao conhecimento e aprendizagem.

Pense num bebê, ainda pequeno, que começa a brincar com seus pés e mãos, levando-os à boca, segurando-os e os sacudindo. Normalmente o que se vê são pequenas criaturas sorrindo com os próprios movimentos. As psicólogas explicam que esta brincadeira simples já é o início da descoberta de si como indivíduo.

Conforme eles crescem, suas habilidades vão se desenvolvendo e assim as brincadeiras se tornam mais elaboradas. As responsáveis pela Turma da Almofada contam que agora a interação com outros objetos e pessoas passa a fazer parte do brincar. E interagir com o outro é parte importante do processo de desenvolvimento. Ele permite entender limites, diferenças, socializar, ter modelos diferentes e desenvolver-se social, criativa e emocionalmente.

Brincar é biológico

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Como ressaltam as psicólogas, brincar é algo biológico, faz parte do desenvolvimento humano, assim como de outros animais. As brincadeiras ajudam no desenvolvimento das diversas habilidades que serão necessárias na vida adulta. Veja, por exemplo, filhotes de leão que brincam de caçar e de lutar, isso é um treinamento para a vida adulta. Em nós humanos, a comunicação, capacidade de negociação, desenvolvimento de habilidades físicas como equilíbrio, quantificar são desenvolvidas através de brincadeiras.

A vida moderna acabou afetando de forma muito intensa a infância e a forma como a criança se insere no contexto sócio-cultural. Primeiro há a questão das mães que passaram a trabalhar fora. Depois existe  a urbanização e a violência que tiraram a maior parte das crianças das brincadeiras de rua.

Por isso, buscar espaços onde a criança possa brincar de forma segura pode ser uma excelente oportunidade de oferecer estímulos para o desenvolvimento desses indivíduos ainda em formação.

Na Turma da Almofada, por exemplo, além das atividades terapêuticas, diversas atividades são oferecidas para ajudar nesse processo. Lá bebês a partir de 6 meses até crianças de 10 anos podem participar de sessões de psicomotricidade ou de musicalização.

Educação Infantil - turma da almofada_22E se o brincar é uma atividade social, como dizem os pensadores da educação infantil e pedagogia, é preciso que a criança não esteja sozinha: brinquedos, ambientes, história, amigos, professores, pais e cuidadores fazem parte da brincadeira. Assim, é importante que os adultos que convivem com essa criança esteja engajada no processo.

 Livre Brincar e Brincadeiras direcionadas

Hoje muito se fala no livre brincar, mas você sabe o que isso significa? Letícia e Mariana explicam que o livre brincar não é necessariamente um brincar sem direção ou orientação. Na verdade, o livre brincar é aquele que respeita o tempo e as necessidades de cada criança, ou de um grupo delas, permitindo a criatividade. Mas adultos podem, e devem, estar junto para dar o suporte emocional e segurança necessários além de oferecer um ambiente favorável, objetos e brinquedos para que o brincar ocorra.

O mais importante para as profissionais é que pais tenham plena consciência de que brincar é aprender e dessa forma gerar oportunidades para que a criança possa fazê-lo!

Então? vamos começar a fazer com que o brincar seja parte do dia a dia das crianças?

Letícia Carvalho de Queiroz e Mariana Palladino são psicólogas e responsáveis pela Turma da Almofada Centro de Psicologia e Desenvolvimento Infantil, na Barra da Tijuca (RJ), onde sessões de psicomotricidade, musicalização, colônia de férias são oferecidos para crianças, bem como o Acompanhamento de pais e Curso de Babás para pais e cuidadores. 

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